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Dados da Pnad 2012 apontaram, pela primeira vez, uma estagnação no índice de analfabetismo em 8,7%.

 

Embora os especialistas vejam com ressalvas os números, são unânimes em afirmar que é preciso rever as políticas de educação de jovens e adultos no País. 

 

  

Letramento

O enfrentamento do problema passa pela elaboração de programas e políticas que tornem a escola mais eficaz em seu papel fundamental de garantir o direito ao letramento e incentivem a valorização da leitura e da escrita e o trabalho com os diferentes gêneros de texto que circulam nas diversas esferas da sociedade, além de uma efetiva e diversificada inserção do conjunto da população na cultura letrada.

 

O Cenpec também procura participar do debate público, seja posicionando-se reportagens relacionadas ao tema sempre que acionado pelos veículos de comunicação, seja por meio da produção de notícias e artigos que elucidem aspectos não abordados na grande mídia.
 

Em reportagem da revista Escola Pública (novembro/2013) sobre o Pacto Nacional pela Alfabetização da Idade Certa, o coordenador de pesquisas do Cenpec, Antonio Augusto Gomes Batista, chama a atenção para a necessidade de se pensar em estratégias de apoio contínuo ao professor e a importância do monitoramento e avaliação com foco na aprendizagem.

 

Segundo dados do último Censo Demográfico, de 2010, o Brasil contabiliza cerca de 14 milhões de analfabetos com mais de 15 anos, contingente que representa 9,6% da população. Embora seja o menor percentual registrado pelo índice desde 1940, o analfabetismo ainda se constitui como um dos maiores desafios educacionais a serem enfrentados pelas políticas públicas nos próximos anos.

 

Além da histórica dívida do País em termos de investimento na educação, a falta de definição de um padrão de qualidade do ensino básico constitui-se como outro elemento que contribui para os baixos níveis de alfabetismo existentes no País.

 

É preciso também estimular o acesso às novas práticas de letramento originadas pela cultura letrada digital, baseado não apenas no consumo, mas também na produção cultural, no compartilhamento, no domínio de distintos sistemas semióticos e de diversas ferramentas. A ampliação do letramento dos professores – peça-chave do processo educacional – também deve ser objeto dos programas de formação inicial e continuada de docentes.

 

Em 2013, uma das principais ações relacionadas ao tema foi o lançamento, no mês de setembro, da Plataforma do Letramento, pelo Cenpec e pela Fundação Volkswagen. Voltada a formação de educadores e demais interessados no tema, a Plataforma é um ambiente virtual de aprendizagem que reúne materiais, como entrevistas e artigos produzidos por especialistas da área, publicações, indicações de leituras e vídeos, infográficos multimídia, bem como recursos didáticos e ações de formação on-line, além de fóruns de discussão.

 

Com o objetivo de fomentar o debate sobre letramento e formação de professores alfabetizadores, o Cenpec promoveu em setembro um encontro em sua sede, em São Paulo, com uma das maiores especialistas no tema do País: Magda Soares. Na ocasião, ela falou sobre o projeto de formação de educadores que vem desenvolvendo no município de Lagoa Santa (MG) com foco na alfabetização e letramento dos alunos da educação infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental. 

 

 

Um outro programa, de abrangência nacional, cujas ações tiveram continuidade em 2013, foi a Olimpíada de Língua Portuguesa – iniciativa do Ministério da Educação e da Fundação Itaú Social com a coordenação técnica do Cenpec. Dentre as ações de formação desenvolvidas ao longo do ano, o ponto alto foi o Seminário Olimpíada em Rede, no final de outubro, em São Paulo. O encontro propôs uma reflexão sobre os temas abordados pelos jovens nos artigos de opinião produzidos no escopo do programa e contou com a participação da jornalista Eliane Brum, do antropólogo Alexandre Pereira e do comunicólogo João Alegria. Além do público presente, internautas puderam acompanhar ao vivo dois painéis do evento, que contaram com transmissão on-line por meio da comunidade virtual da Olimpíada.

 

 

Vale destacar ainda o Projeto Ler: Prazer e Saber – uma iniciativa do Instituto Camargo Corrêa, com a coordenação técnica do Cenpec. A formação de gestores para elaboração de um plano que oriente as ações de leitura no município, em consonância com o Plano Nacional do Livro e Leitura, é um dos eixos de ação do Projeto, entendido como importante estratégia para o estabelecimento de uma política de Estado na área do livro e leitura, assegurando a continuidade e a articulação das ações.  

 

 

Em maio, a premiação da Jornada da Leitura marcou o encerramento de cerca de dois anos de atividades do Ler: Prazer e Saber. Além de premiar projetos de incentivo à leitura desenvolvidos por professores de 13 municípios, também foram selecionados os melhores planos municipais do livro e leitura elaborados pelas secretarias de educação.

 

Em artigo na seção Tendências & Debates da Folha de S.Paulo do dia 15 de setembro, a presidente do Conselho do Cenpec, Maria Alice Setubal, elencou índices de aprendizagem que mostram como a escola pública vem falhando na tarefa de garantir o letramento das crianças e adolescentes. E reforçou a necessidade de se assegurar esse direito como elemento fundamental para construção de uma sociedade mais justa e sustentável.

 

Imagens da equipe técnica e da premiação da Jornada da Leitura

Elevar a taxa de alfabetização da

população com 15

anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.

 

Veja o infográfico sobre a tramitação do PNE no Congresso.

Meta 9: 

“A Plataforma reafirma o nosso compromisso de contribuir com a educação pública do nosso País, por meio de um ambiente virtual, democrático, colaborativo, com conteúdos de acesso livre, com o objetivo de apoiar políticas, projetos, práticas relacionadas à ampliação do letramento da população brasileira”. 

 

Maria Alice Setubal, presidente do Conselho do Cenpec, durante o evento de lançamento da Plataforma em
São Paulo (SP).

“A Plataforma do Letramento, em minha opinião, coloca-se como um das possibilidades de aquisição de saberes relacionados à docência para um enorme contingente de gestores, professores (em exercício e em formação inicial) e pesquisadores, por meio da oferta de oportunidades de formação e reflexão sobre processos de sala de aula que dizem respeito à alfabetização e ao letramento. Acredito que a Plataforma tenha uma função importante no que diz respeito ao(s) letramento(s) do professor; nas possibilidades de participação em práticas de uso da escrita em um ambiente digital voltado à autoformação”.

 

Claudia Vovio, Professora Adjunta do Departamento de Educação da Unifesp.

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