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Educação Integral

Ano após ano, ganha cada vez mais força o debate sobre educação integral. Pesquisa encomendada pela Fundação Itaú Social ao Ibope e divulgada no mês de setembro de 2013 constatou que 90% da população entende que a educação integral é necessária para o futuro das novas gerações. 

 

O Cenpec defende a concepção de educação integral na perspectiva do desenvolvimento integral, abrangendo as dimensões física, intelectual, emocional e ética. Nesse sentido, propõe a ampliação dos tempos e também dos espaços e das oportunidades de aprendizagem.

 

Segundo dados do MEC, em 2012, 28,4% das escolas públicas ofereciam educação integral, respondendo por 10% do total de matrículas na educação básica. A abrangência ainda é reduzida, mas os programas e políticas de educação integral crescem a cada ano, impulsionados pelo Mais Educação, programa do governo federal que concede apoio financeiro às escolas municipais e estaduais interessadas em oferecer essa modalidade de ensino. Entre 2011 e 2012, o número de matrículas cresceu 26,6%. A meta do Programa para esse ano é atender 7 milhões de estudantes das redes públicas do ensino fundamental urbano e rural, matriculados em 60 mil escolas.

 

Com o objetivo de compartilhar os conhecimentos acumulados ao longo de sua trajetória e frente às crescentes demandas por políticas de educação integral nos municípios (cujas gestões foram renovadas nas eleições de 2012), o Cenpec, a Fundação Itaú Social e o Unicef lançaram em abril a publicação “Percursos das Educação Integral – Em busca da qualidade e da equidade”. O livro tem como objetivo mostrar os diferentes arranjos de educação integral existentes no país, retratando experiências em curso em 20 municípios.

 

Lançada em junho, a publicação contabilizou logo no primeiro mês cerca de dois mil acessos e um total de quase 10 mil páginas vistas – uma comprovação da demanda por esse tipo de conteúdo.

 

A ideia é que o material, a partir das contribuições dos gestores, educadores e demais interessados na questão das políticas de educação integral, seja aprimorado e complementado. No intuito de induzir esse compartilhamento de experiências e conhecimentos, foi lançado um fórum on-line de discussão. Para inaugurar os debates, o Cenpec promoveu em outubro um encontro que discutiu a proposta curricular na educação integral com a participação da ex-secretária de Educação dos municípios de Diadema e Embu das Artes (SP), Lucia Couto, e da pesquisadora da USP Paula Louzano, e a mediação da coordenadora técnica do Cenpec, Maria Amabile Mansutti.

 

Em função da disseminação das políticas de educação integral no País, o tema vem ganhando relevância no debate público e o Cenpec é reconhecido como referência no assunto. Foi pauta da edição de 10 de agosto do programa Globo Educação, complementada por notícia publicada no site da emissora com comentários de especialistas, dentre eles, a coordenadora técnica do Cenpec, Maria Amabile Mansutti. Amabile também foi uma das entrevistadas do programa Educação Brasileira, produzido pela Univesp TV, que abordou o tema da educação integral. 

 

Em linhas gerais, é possível sintetizar a metodologia do Programa em três eixos norteadores e que podem orientar a formulação de ações voltadas para o público juvenil: formação humana ampliada, geração de oportunidades para juventude e o desenvolvimento de repertórios que produzam impactos em suas ações produtivas.

 

Oferecer

educação integral,

com ampliação de

espaços e conteúdos de aprendizagem, em, no mínimo, 50% das escolas públicas, até o final do quinto ano de vigência do plano, e a todos os alunos da educação básica até o décimo ano de vigência do plano.

Veja o infográfico sobre a tramitação do PNE no Congresso.

Meta 9: 

Em 2013, o Prêmio chegou à sua 10ª edição, propondo como mote “Crer e fazer”. Um dos especialistas convidados que integraram a programação do seminário de lançamento do Prêmio, o ex-secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, André Lázaro, salientou em sua fala no evento: “Quero destacar a coragem embutida neste mote. A ideia de que se atue a partir de uma crença é a ideia de que essa crença traz um valor, capaz de mover ações e provocar transformações”.

 

Veja a linha do tempo das publicações do Cenpec sobre Educação integral.

 

A primeira incursão do Cenpec no tema data de 1995 com o lançamento do Prêmio Itaú-Unicef. A premiação, de iniciativa da Fundação Itaú Social e do Unicef com a coordenação técnica do Cenpec, tem como objetivo reconhecer e dar visibilidade ao trabalho de organizações da sociedade civil sem fins lucrativos que, em articulação com políticas públicas, realizam ações socioeducativas e contribuem para a educação integral das crianças e dos adolescentes.

 

O Cenpec também trabalha diretamente com gestores públicos e equipes de secretarias, prestando assessoria no planejamento e dando suporte para implementação de políticas de educação integral. Em 2013, a organização atuou nos municípios de Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e no estado do Pará.

 

“Integral é sinônimo de total, inteiro, global. Essa percepção tão subjetiva era pretendida pela SME e a parceria com o CENPEC nos possibilitou detectar essa transformação nos olhares dialógicos dos educadores das escolas de tempo integral e avançar na perspectiva de novos olhares acerca do tema (...)O CENPEC possui esse diferencial, o de construir juntos, em parceria efetiva, um alicerce da proposta para que assim este se transforme em um pilar sólido. Ao estabelecer uma relação de sujeito-sujeito com seu parceiro e não como sujeito- objeto, o CENPEC respeita os limites de cada localidade, comunidade e território, otimizando o fio condutor do trabalho”.

 

Mônica dos Santos Melo, Assessora da Subsecretaria de Ensino da Secretaria de Educação do Município do Rio de Janeiro (RJ)

Com o propósito de contribuir com esse contexto de renovação da gestão em diversos municípios, o Cenpec e a Fundação Itaú Social disponibilizaram um guia on-line para implementação de políticas de educação integral, cujo conteúdo é de livre acesso.

 

Em uma outra frente de ação, o Cenpec vem desenvolvendo uma metodologia de trabalho com juventude na perspectiva da educação integral através do Programa Jovens Urbanos. O Programa, de iniciativa da Fundação Itaú Social com a coordenação técnica do Cenpec, tem como objetivo ampliar o repertório social, cultural e político de jovens de 15 a 20 anos oriundos prioritariamente dos centros urbanos das regiões metropolitanas. O percurso formativo proposto tem como ponto de partida os referenciais culturais e interesses dos jovens, sua história e seu projeto de vida e se desenvolve no sentido de proporcionar aos jovens uma apropriação efetiva dos espaços, equipamentos, conhecimentos e tecnologias disponíveis na cidade.

 

O Programa propõe uma reflexão crítica e procura qualificar o processo de tomada de decisão dos jovens ao colocá-lo em contato com diferentes tecnologias e linguagens.

 

Em 2013, a expertise acumulada em quase nove anos de existência foi sistematizada e disponibilizada por meio de uma publicação, lançada durante seminário realizado em março, e manuais da disseminação. A ideia é disseminar a metodologia de trabalho com juventude desenvolvida para outras fundações, organizações e órgãos do poder público interessados em desenvolver ações voltadas para esse público.

 

O Cenpec também procura contribuir com as políticas públicas da área, participando de eventos e debates sobre o tema promovidos pelo poder público e por organizações da sociedade civil. Na primeira semana de agosto, a Secretaria de Educação Básica do MEC realizou reunião com os Coordenadores do Programa Mais Educação com o objetivo de discutir a construção da política de Educação Integral no Brasil, fomentada por meio do Programa, seus desafios e perspectivas.

 

O Cenpec foi uma das organizações convidadas a integrar um dos painéis do evento, que traçava um panorama da produção bibliográfica sobre o tema. O coordenador do Núcleo de Educação Integral do Cenpec, Alexandre Isaac, apresentou a publicação “Percursos da Educação Integral”.

 

A grande vencedora dessa 10º edição foi a Fundação Gol de Letra. O projeto “Virando o jogo” desenvolvido pela organização e inscrito na premiação é um bom exemplo de iniciativa que promove ações socioeducativas em estreita articulação com a escola e demais políticas do território. São atendidas crianças e adolescentes de 7 a 14 anos, com as quais são desenvolvidas atividades de expressão oral, escrita, corporal, artística e cultural. Jovens de 15 a 20 anos também são formados e trabalham como monitores e mediadores das atividades.

 

São realizadas ainda ações de formação junto às famílias para que elas atuem como agentes sociais na comunidade, disseminando informações para garantia do acesso a serviços públicos. A metodologia elaborada segue princípios básicos defendidos pelo Cenpec, tais como: o fortalecimento dos atores locais, a atuação em rede articulando organizações, instituições e poder público, o envolvimento da família, a valorização dos saberes e da cultura locais.

 

"A ideia do Guia é ofertar um conjunto de possibilidades e reflexões para o gestor interessado em implementar políticas de educação integral. São sugeridas alternativas de como criar um percurso para construção dessa política, desde a fase de produção de diagnóstico da rede e do contexto local até a elaboração da proposta política pedagógica, com a articulação dos currículos, e a gestão da política”

 

Alexandre Isaac, Coordenador do Núcleo de Educação Integral do Cenpec.

Linha do tempo

Cerca de 500 pessoas, entre educadores de ONGs e das escolas parceiras e avaliadores de todo o país, participaram do evento. Para debater o conceito de Educação Integral, assim como o papel e as experiências das ONGs no desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, foram convidados especialistas, como Jorge Larossa e Maria do Pilar Lacerda; representantes de ONGs que se destacaram em outras edições, dentre elas Jany Alencar Leite, do Projeto Verde Vida; de organizações e entidades parceiras, Maria de Salete Silva, do Unicef, e do poder público, como Juca Ferreira, secretário municipal de Cultura de São Paulo.

 

 

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